quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A trama da rede

 
 
 
 
 
 


 



Carlos Rodrigues Brandão, autor deste poema, discute como o homem no capitalismo não tem mais os meios de produção e por esse motivo tem que vender sua força de trabalho para o capitalista.

Porém, devemos ressaltar duas coisas: primeiro, com esse processo de produção inaugurado com a Revolução Industrial, a produção de mercadorias não se restringiria mais a suprir as necessidades humanas, mas foram criadas necessidades com o objetivo de produzir apenas mais mercadorias e mais lucro. Segundo, o próprio trabalho realizado pelo homem se tornaria uma mercadoria.

A importância da leitura desse poema é que ele introduz  conceitos como (mercadoria, força de trabalho, alienação entre outros)  que estão presentes na obra de Karl Marx (1818-1883) e por isso servem de introdução para aqueles que ainda não tiveram  nenhum contato com as obras do autor.

A última dica é que quando ler a obra de Marx, procure uma boa tradução. O supermercado foi feito para comprar mantimentos, não livros!

I

Essa é a trama da rede:

o tecido das trocas que fabricam

o pano de uma rede de dormir

enreda o corpo do homem na tarefa

de criar na máquina a rede com a mão.


 


 

A armadilha do trabalho em casa alheia

engole o homem e enovela todo o corpo

no fio no fuso na roda na teia

do maquinário da manufatura

que produz o seu produto: a rede

e reduz o corpo-operário à produção.

[...]


 


 


 

III

O corpo-bailarino que transforma

a coisa bruta em objeto

(a fibra em fio e o fio em pano)

e o objeto na mercadoria

(o pano pronto na rede e sua valia)

transforma o corpo do homem operário

em outro puro objeto de trabalho

pronta a fazer e refazer no fuso

aquilo de que a fábrica faz sua riqueza

de que, quem faz não se apropria.


 


 


 

[...]


 

VII

Sob a trama do trabalho em tear alheio

o corpo não possui seu próprio tempo

e é inútil que lhe bata um coração.


 

O relógio interior do operário

é o que existe na oficina, fora dele,

de onde controla o tear e o tecelão.


 


 


 


 

VIII

De longe o dono zela por quem faz:

pela força do homem que trabalha,

não pela vida do trabalhador.

Aqui não há lugar para o repouso

ainda que o produto do trabalho

seja uma rede de pano, de dormir

e que comprada serve ao sono e ao amor.


 


 


 


 

IX

Durante a flor da vida inteira

fazendo a mesma coisa e refazendo

uma operação simples de memória

o operário condena o próprio corpo

a ser tão automático e eficaz

que domine o gesto que o destrói.

A reprodução contínua, diária, igual

de um mesmo gesto repetido e limitado

todos os dias, sobre os mesmos passos,

ensina ao artesão regras de maestria

do trabalho que afinal então domina

através de saber sua ciência

com a sabedoria do corpo massacrado.

[...]


 


 

 

XI

Quem fia e enfia?

Quem carda e corta?

Quem tece e trança?

Quem toca e torce?

A moça o menino.

A velha o homem.

Eles são, artistas,

parte do trabalho coletivo

que faz a trama da rede

e a rede pronta:

o objeto bonito do descanso

que inventa a necessidade

da servidão do trabalho

do corpo produtivo.


 


 


 


 

XII

A dança ritmada desse corpo

de bailarino-operário de um ofício

de que o produto feito não é seu,

cria o servo de quem lhe paga aos sábados

Para o que sobra da vida de trabalho

do corpo de quem fez e não viveu.

O trabalho-pago, alheio e sempre o mesmo

obrigando o operário bailarino

à rotina de fazer sem possuir

torna-o, artista, servo do ardil

de entretecer panos e redes sem criar

e recriar-se servo sem saber.

[...]




 


 

XIV

Não conhece descanso o corpo na oficina.

Ele é parte das máquinas que move

e que movidas não sabem mais parar.

Os pés descalços prologam pedais

os braços são como alavancas

e as mão estendem pontas de um fio

que existe no fuso e no tear.


 

O trabalho do corpo é o objeto

que o homem vende ao dono todo o dia.

O corpo-livre pertence ao maquinário

que o homem converte no operário

de que reira o preço do sustento:

a comida a cama a casa o agasalho

o que mantém vivo o corpo e o seu trabalho.


Carlos Rodrigues Brandão

54 comentários:

  1. maldito seja o meu professor de sociologia

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  2. Maldito seja o meu professor de sociologia ²

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  3. Maldito seja o meu professor de sociologia ³

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    1. professor de socioligia21 de agosto de 2018 às 05:02

      Maldito seja o meu professor de sociologia ²+²

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    2. fica queto ai, ce nem é professor

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    3. maldito seja nossos professores de sociologia kkkkk

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  4. Bendito seja meu professor de sociologia por me fornecer esse conhecimento, apesar de pouco, já me agrega alguma coisa.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. saaaaalve saaalve quebradas de guarulhos nao to aprendendo nada kkkkkkk

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  7. maldito seja meu professor de sociologia #FeijãoFeijoada

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  8. eaeeeeeeeeeeeeeeeeeee seus pto

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. chato pakas msm, mais temos que estudar né, basta apenas nós nos colocarmos no lugar dos trabalhadores da época que entendemos melhor a situação deles e quão difícil era...

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  11. O Nível hue hue hue,desses brasileiros é mais de 8000 mil.

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  12. maldito seja o meu professor de socioligia

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  13. baguio longo chato e demorado pooooooooorrrrrrraaaaa

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  14. Bem dita seja minha professora de sociologia pois me ensina algo bom que preste para a minha formação e para conhecer coisas mais culturais...

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    1. Bem dita??? Oiiiii???? Bendita*****
      Vishh
      Coitada da sua professora de português, filhão

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  15. Bem dita seja minha professora de sociologia pois me ensina algo bom que preste para a minha formação e para conhecer coisas mais culturais...

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  16. Qual é a conclusão poema quebrada ? vou lê isso tudo nem fufu kk

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  17. me ajudou muito não gosto muito de sociologia,mais pra crescer na vida precisa de todos os conhecimentos.E EU AMOOOOOOOOOO FILOSOFIA.OBRIGADO AMORESSSSSS MIUUUUU

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  18. Este peoma fala da homem que não tem mais como produzir pra si para tirar o sustento e tem que vender sua força de trabalho para o capitalista...bom dia !!! #vivasociologia

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  19. Entendimento dos leitores do poemas que escreveram aqui... Os de 2015, eram do segundo ano do ensino médio, agora é mão de obra barata ou desempregados... Os de 2016, deveriam está pensando no vestibular, mas ainda estão desdenhando dos professores este ano... ano que vem se juntaram aos de 2015 no chão da fabrica... Bando de babaca...

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  20. Maldita seja minha professora de sociologia

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  21. Sé loooco tio, Maldita seja a professora Morta -_-

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  22. ADOREIIIIIII ESTE POEMA GENTEN DO CEU MUINTO BON CEM PAVRALAS
    ESPRERO QUE TENHAM GOISTADO TUMBEM

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  23. alguém sabe qual seria o gênero textual e o publico alvo deste poema ? Me ajudaria muito se alguém respondesse.

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  24. Iae suco,abacate jabulani

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  25. Deus me livre da ignorância dos autores desses comentários acima. Nunca serão!

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  26. minha professora é uma comunista mesmo, só não posso ficar refutando as idéias falhas dela porque eu posso ser expulso... doutrinadora do @#$!

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  27. bando de filha da puta esses professor de sociologia malditos cornos

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  28. Alienação enquanto trabalhadores, produzem riquezas a quem não conhecem, aumentam a concentração de renda para poucos nestes sistema capitalista e nem percebem. o poema trata disso e também da alienação do trabalhador segundo Karl Mark. A Sociologia serve para que você conheça os fatos na sociedade em que vive, para que vocE tenha seu próprio conhecimento fora do senso comum, mas com um olhar mais crítico, e esta crítica só vem com o conhecimento. a sociologia serve para que sai da alientação. Telma


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  29. SALVE QUEBRADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

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